Eu tenho por hábito estabelecer ordens de stop ao pé de zonas relevantes de suporte. Um suporte importante, se quebrado em baixa, pode levar a cotação a prosseguir na sua queda (é o famoso efeito "medo").
É claro que há o risco da posição ser "stopada" em decorrência de um falso break out do suporte, por isso tento posicionar o stop "ligeiramente" abaixo. Regra geral, o "ligeiramente" abaixo varia consoante a volatilidade do título subjacente. Por exemplo:
- Avancei com a abertura de uma posição a € 10,20 no Título A;
- O Título A apresenta uma zona importante de suporte à volta dos € 10,00 e, como costuma variar entre € 0,20 e € 0,40 por dia, resolvi posicionar a minha ordem de stop à volta dos € 9,40 / € 9,50.
Da forma como foi definido neste exemplo, mesmo que o título venha por aí abaixo testar o seu suporte nos € 10,00, estou relativamente à vontade no que se refere aos movimentos intradiários pois o meu stop está ligeiramente mais abaixo (neste exemplo, na zona dos € 9,40 / € 9,50).
Se, entretanto, o título falhar o teste ao seu suporte e continuar a cair, a minha ordem de stop é activada e realizo o prejuízo que, grosso modo, gira sempre à volta dos 8% - 10%.
E agora a pergunta de 1 milhão de dólares:
Pq estabelecer ordens de stop?
A resposta é surpreendentemente simples:
Somos humanos e erramos com muita frequência, no entanto, justamente por sermos humanos, temos uma dificuldade tremenda em reconhecer os nossos erros, daí vem a necessidade de uma entidade externa (neste caso, uma ordem de stop pré-estabelecida) nos chamar à razão.
Quando compramos uma acção e o seu preço começa a cair, somos tentados a acreditar que nós estamos certos e que todo o mercado está errado, ou seja, o preço está a cair agora mas inevitavelmente voltará a subir. É isto o que leva muitas pessoas a manterem em carteira títulos com perdas acumuladas de 50%, 60% ou mesmo mais!
Para evitar este tipo de situação é que existem as ordens de stop. Se estou errado e sei que tenho dificuldade em reconhecer que estou de facto errado, então mais vale que uma entidade externa (a ordem de stop) actue automaticamente de modo a evitar que uma perda natural de 10% transforme-se num rombo gigantesco na minha carteira de investimento.
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