domingo, 24 de maio de 2009

O meu método - Parte I

"A cotação tem memória!"

Este é um conceito que tenho bem claro quando estou a analisar graficamente um título. Trata-se, de facto, da primeira técnica que utilizo assim que abro um gráfico.

A ideia por detrás deste conceito é muito simples: movimentos relevantes do passado ficam "gravados na memória" da cotação e, no futuro, podem ser relembrados em momentos de subida e também de descida do preço.

Reparem neste gráfico e digam o que estão a ver:



O que estão a ver neste gráfico são as chamadas linhas de suporte e de resistência, que são os nomes dados aos tais movimentos relevantes do passado e que algures no futuro voltam a ser relembrados pela cotação.

Olhando para o gráfico, podem constactar que o preço da cotação subiu em dado momento para, logo de seguida, cair. Esta queda foi contida (ou "suportada") no mesmo patamar de preço que a conteve (a "suportou") no passado. A isto chamamos de suporte e, como podem reparar no gráfico, é representado por uma linha contínua horizontal.

O mesmo passa-se com as subidas, ou seja, o preço sobe até determinado nível e depois começa a cair. No futuro, o preço volta a subir mas novamente interrompe a sua ascenção no mesmo patamar de antes. A isto chamamos de resistência e, como podem reparar no gráfico, é representado por uma linha contínua horizontal.

As linhas de resistência e de suporte podem "transformar-se" uma na outra com o passar do tempo, ou seja, uma linha que actuou como resistência no passado (que impediu a continuidade da subida do preço) pode vir a ser um importante suporte no futuro (impedir a continuidade da queda do preço).

De facto, no gráfico acima há vários exemplos deste tipo de comportamento. Linhas que no passado impediram a subida do preço, uma vez rompidas em alta transformaram-se em suportes que impediram a queda do preço no futuro. Conseguem identificar estas linhas?

Quando estes movimentos de "transformação" acontecem, dizemos que a linha de resistência ou de suporte passou a ter uma relevância (importância) maior. Aliás, quanto mais "toques" uma linha tiver, maior peso ela terá no suporte ou na resistência à evolução do preço da cotação.

Com este conceito em mente, consigo estabelecer pontos claros de entrada ou de saída. Vou tentar ilustrar através de um exemplo:

  1. A cotação está a subir e aproxima-se de uma resistência importante com 3 toques verificados no passado. Após alguns dias, a resistência é quebrada em alta e o preço insiste em manter-se acima desta zona nas 2 ou 3 sessões após a quebra;
  2. A esta situação dizemos que a resistência transformou-se num novo suporte que, por ser relevante, provavelmente impulsionará o título para cima, em direcção a novas resistências;
  3. Neste exemplo, por se tratar de uma resistência importante e graças ao facto do preço ter-se mantido acima da sua antiga resistência (novo suporte), um "sinal de entrada" (ordem de compra) é disparado.


Trata-se de um exemplo que tenta simplificar um processo bem mais complexo. De modo a não atrapalhar a percepção do conceito em discussão, suprimi propositadamente as outras variáveis envolvidas no processo de decisão de compra de um título. O importante a reter deste exemplo é que as linhas de suporte e de resistência jogam um papel muito importante na determinação daquilo que farei num determinado título (comprar, vender ou manter).

Na Parte II voltarei ao tema com mais gráficos de exemplos e novas explicações de modo a que a ideia fique o mais clara possível. Avançarei também com as Linhas de Tendência Ascendente e Descendente, conceitos muito semelhantes às linhas de suporte e de resistência.

Até breve e bons negócios!

Mercador Fenício

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